As terapias medicamentosas fazem parte do dia a dia da enfermagem. Administrá-las com segurança e responsabilidade é um preceito ético, e certamente o procedimento mais complexo. Exige conhecimento e observação, além da técnica apurada.
A administração do medicamento, além da prescrição médica e/ou farmacêutica, exige que o profissional tenha conhecimento absoluto do tratamento e da abordagem terapêutica escolhida, bem como as circunstâncias de saúde do paciente. A avaliação correta da via de administração, visando ampliar a ação medicamentosa e reduzir eventuais efeitos colaterais; a observação do estado geral do paciente, com o olhar crítico que indicará alguma reação adversa, ou mesmo a correta evolução do tratamento; o conhecimento para o preparo da medicação como a diluição, a apresentação e armazenamento, validade, características físico-químicas, a colocação de equipo ou outro dispositivo geral ou específico para o processo são algumas das habilidades do profissional.
Nesse contexto, o profissional da equipe enfermagem assume uma grande responsabilidade ao medicar o cliente. Deverá, antes disso, aplicar as cinco certezas da administração medicamentosa, compreender os efeitos do fármaco no corpo humano (previamente discutido com o enfermeiro responsável), identificar corretamente a via de aplicação (usual ou prescrita quando isso for facultativo), reconhecer os fatores de risco para avaliá-los antes de qualquer procedimento, e informar imediatamente o enfermeiro responsável em caso de alguma alteração para que novas diretivas sejam adotadas.
São cinco as verificações quando da aplicação de qualquer medicação: i. a procedência da medicação; ii. a prescrição da medicação, devidamente validada com assinatura e carimbo do técnico responsável habilitado; iii. o correto preparo da medicação e a dispensação dos resíduos; iv. o correto procedimento de aplicação, observando a via e a técnica adequada; e v. o monitoramento do paciente em relação a sintomas indesejados, reações alérgicas, desconforto e efeitos colaterais, brandos ou severos.
Para que esse processo seja o de maior segurança possível, efetua-se a verificação das cinco certezas: paciente correto, medicação correta, dosagem correta (e dentro dos padrões conhecidos), via de administração correta e horário correto.
Uma das classificações das medicações refere-se à via de aplicação. As mais comuns (e conhecidas) são a tópica e a oral.
A medicação pode ser aplicada de forma TÓPICA, diretamente no local onde deverá agir: via dérmica, espalhada na pele; via ocular ou oftálmica, diretamente no globo ocular; via auricular ou otológica, na cavidade do ouvido; via nasal, através de gotas ou spray nasal diretamente no nariz; e vaginal e anal através de pomadas, cremes e clisteres medicamentosos, diretamente na cavidade.
A medicação pode ser ORAL, a forma mais comum, e pela sua simplicidade talvez seja a mais utilizada. Drágeas, comprimidos, líquidos, capsulas e geléias são as apresentações mais comuns. Com o auxílio de algum líquido, preferencialmente água, o medicamento é deglutido e assimilado pelo organismo conforme a sua cinética padrão. Em alguns casos o medicamento é apenas sorvido na boca, sendo feita a deglutição aos poucos, que é o caso da medicação Sublingual.
A medicação poderá ser inlatória, através de aerossóis ou nebulização; ou ainda em sessões de Oxigenoterapia.
A medicação poderá ser PARENTERAL, ou injetável. Nesse caso utiliza-se a via endovenosa ou intravenosa, a via Intramuscular, a via subcutânea e a via intradérmica.
A medicação por via Enteral pode ser aplicada pela sonda nasogástrica, sonda nosoentérica ou por Gastrostomia. É aplicada diretamente no estômago do paciente através de sonda.